Uma das limitações da avaliação de empresas pelo método do fluxo de caixa descontado (FCD), é que o método leva em consideração apenas os ativos que geram fluxo de caixa. Para lembrar: o método do FCD traz a valor presente os fluxos de caixa futuros da empresa, com base numa taxa de desconto.
Se temos ativos (máquinas, equipamentos, etc) parados na empresa, eles não contribuem para as projeções de caixa, e portanto não contribuem para a formação do valor da empresa.
Podemos pensar que na aplicação do FCD, é como se esses ativos não existissem.
De uma certa maneira isso faz sentido, pois se pensarmos que uma empresa vale o seu negócio, e não os ativos em si, ativos ociosos não deveriam fazer parte do valor da empresa. Se o empresário fosse vender a empresa, ele normalmente venderia o negócio, e não os equipamentos, máquinas, galpões, etc. A menos que a empresa esteja liquidando os ativos, por exemplo num processo de encerramento das atividades, o normal é que o valor da empresa esteja no negócio em si, e não nos bens.
Neste caso de ociosidade na empresa, temos que novamente avaliar os motivos. Se o fato gerador é temporário, podemos considerar normalizar os fluxos de caixa, tomando como premissa que esses ativos retomarão seu uso num futuro próximo. Porém se a situação é crônica, não se tem visão de quando esses ativos voltariam a ser utilizados pela empresa, então uma das maneiras é incorporar esses ativos ao valor da empresa, através do seu preço de liquidação (ou seja, o valor que se conseguiria no mercado se fossemos vender esses bens). Neste ponto estamos considerando que os bens envolvidos podem ser facilmente dissociados da empresa em si.
O valor final da empresa seria o resultado do FCD, mais o valor de liquidação dos bens ociosos.